Cordéis do Mundo #3 - Corridos Mexicanos

Corrido “La cucaracha” (Fonte: Wikipédia)
Los corridos son el sucesor mexicano del romance español. Expresan sentimientos e ideas, triunfos, derrotas, dolores, alegrías tan grandes que toman un cariz colectivo entre el pueblo mexicano.
RioWang
Os primeiros corridos que se tem conhecimento são versões adaptadas de romances e contos espanhóis entre eles, "La Martina" (adaptação de "La Esposa Infiel") e "La Delgadina". Porém, eles começaram a ganhar importância na época da Guerra da Independência do México (1810-1821) e atingiu seu ápice com a Revolução Mexicana (1910-1921), suas histórias possuíam conotações políticas, expressando o descontentamento geral da população com o regime opressor do ditador Porfirio Díaz. Outra função dos corridos foi a disseminação da informação, tanto oral, como impressa, pois os principais jornais da época eram controlados pelo governo. Cabe acrescentar que eles também foram muito populares durante as revoluções na Nicarágua.

Quanto às suas características formais, o corrido deriva em grande parte do romance, e em sua forma mais conhecida é constituída por uma saudação do cantor; prólogo para a história; história em si; uma moral e a despedida do cantor.

Quanto às suas características físicas, os corridos, geralmente, constituem-se em uma folha única, com o título no topo, uma gravura no centro (geralmente feita em zincogravura) e os versos distribuídos nas laterais da folha. Não encontrei em minhas pesquisas qual a o tamanho padrão dos corridos.

O principal gravador de corridos mexicanos foi José Guadalupe Posada (1852 - 1913), ele trabalhou para a tipografia de Antonio Vanegas Arroyo. Posada fazia desenhos em litogravura, xilogravura e zincografia, é dele a gravura de “La cucaracha”, estampada no início dessa postagem. A produção de Posada é muito rica e será retratada em uma postagem individual em breve.

Haviam também corridos contando histórias de amor, a vida cotidiana do camponês e histórias fictícias. O mais conhecido é “La cucaracha”, uma antiga musica que foi reformulada para comemorar as façanhas do exército de Pancho Villa e ridicularizar o seu inimigo Venustiano Carranza. Abaixo segue uma versão do corrido interpretada por Inti Illimani:


La cucaracha” interpretada por Inti Illimani

Outras famosas canções são La Adelita, que conta a história de uma moça que acompanhava as tropas. (Clique aqui para escutar). E “La Valentina”, sobre um rapaz apaixonado que sabe os perigos de amar Valentina.

Corrido “La Valentina” (Fonte: Wikipédia)

Antonio Vanegas Arroyo (1850 - 1917) se destaca como o principal editor de corridos. Pesquisando sobre o editor, encontrei outros tipos de publicações chamadas de “cuadernillos” que são muito semelhantes fisicamente aos folhetos de cordel, como não pude visualizá-los por dentro, não posso afirmar se formalmente se assemelham aos nossos versos de cordel. Abaixo segue um exemplo de cuadernillo.

El Dulcero Mexicano publicado por A. Vanegas Arroyo e com
ilustração de José Guadalupe Posada (Fonte: Pinterest)

Hoje em dia com a população dos meios de comunicação, os corridos perderam sua função de disseminar a informação e tornaram-se parte da cultura popular mexicana, é possível encontrar corridos sobre o tráfico de drogas (narcocorridos), imigração e até do lendário Chupacabra.

Essa foi uma breve história dos Corridos mexicanos, que se assemelham à nossa literatura de cordel pela composição dos versos e também nos faz lembrar das cantorias dos violeiros. Seguirei levantando informações para fazer uma postagem sobre os cuadernillos, que também parecem ser muito semelhantes aos nossos folhetos de cordel.
 
Mais informações: 
Antonio Vanegas Arroyo
BookDrum
Corrido
El Corrido Mexicano

LARA, Belem Clark de. La República de Las Letras: Publicaciones periódicas y otros impresos. Volume II. Mexico: Universidad Nacional Autónoma de México, 2005.

Como citar essa postagem: 
MEMÓRIAS DO CORDEL. Cordéis do Mundo #3 - Corridos Mexicanos. Diponível em: <http://www.memoriasdocordel.com.br/2014/02/cordeis-do-mundo-3-corridos-mexicanos.html>. Acesso em: dia Mês Ano.

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