Cidades do Cordel #2 - Guarabira

Av Dom Pedro II - Guarabira-PB  (Fonte: brejo.com)

Guarabira é uma cidade localizada no estado da Paraíba. Assim como escrevemos sobre Juazeiro do Norte, a cidade de Guarabira também está situada em uma região estratégica, pois fica a apenas 98 km de distância da capital João Pessoa, 100 km de Campina Grande, 200 km do Recife, 145 km de Natal e a 230 km de Caruaru. Seu nome é de origem tupi e significa "morada das garças".

Guarabira em relação à outras cidades da região  (Fonte: Acervo do autor)

Segundo o escritor Ednaldo Alves (2007) a vocação de Guarabira para o comércio remonta desde o início do século XX, onde a proximidade da linha férrea disponibilizava o tráfego de pessoas, transporte de mercadorias e o escoamento da safra algodoeira. Relatos nos mostram que até a década de 30, depois da capital, era a cidade mais forte do estado, superando Campina Grande.

Outra semelhança com Juazeiro do Norte esta no turismo religioso. A cidade possui o Memorial Frei Damião, que atrai fiéis em todas as épocas, principalmente nas romarias. Vale destacar também a Catedral de Nossa Senhora da Luz, considerada o marco zero da cidade.

Pois bem, agora vamos falar de cordel! Guarabira é uma cidade que teve grande importância para a história do cordel no Brasil. Tudo começou quando em 1909 chegou à cidade o poeta Francisco das Chagas Baptista. Ele instalou, na antiga Rua da Cadeira, a Popular Editora. Acredita-se que a sua editora tenha sido a pioneira na impressão de folhetos em Guarabira. Seu irmão, Pedro Baptista, foi outro importante nome na cidade, pois como foi herdeiro da obra de Leandro Gomes de Barros (Pedro era genro de Leandro), reeditou entre 1919 a 1923 grande parte dos cordéis escritos pelo poeta.

A partir da década de 1920, Guarabira se tornou um dos maiores polos de produção de folhetos de cordel do país. Isso se deveu pela presença de várias tipografias, destacando-se a Tipografia e Livraria Lima, Tipografia N.S. da Luz, Tipografia A voz do Brejo, Tipografia Moderna e Tipografia Santos. Essa grande produção de folhetos atraiu muitos cordelistas, que acabaram se mudando para a cidade a fim de facilitar a impressão de suas obras. Foi lá também que nasceu o cordelista José Camelo de Melo Rezende, autor do romance “O Pavão Misterioso”, um dos cordéis mais famosos da história.

Outras importantes tipografias também se instalaram posteriormente na cidade, foram os casos da tipografia São Joaquim de Joaquim Baptista de Sena em 1939 e a Tipografia Santos de Manoel Camilo dos Santos em 1942 (Em 1953 a folhetaria foi transferida para Campina Grande-PB e passou a se chamar Estrela da Poesia).

Guarabira hoje em dia luta pela implantação do seu “Memorial do Cordel” e vale aqui destacar a luta do professor e historiador Vicente Barbosa que vem lutando pela criação desse memorial onde poderá ser mantida a memória da literatura de cordel que foi tão importante para o povo guarabirense. Há também na cidade o pesquisador José Paulo Ribeiro, detentor de um rico acervo de folhetos e documentos relacionados ao cordel.

Mais Informações:
Professor de história luta para implantar Memorial do cordel em Guarabira
Guarabira busca implantação de memorial

Como citar essa postagem: 
MEMÓRIAS DO CORDEL. Cidades do Cordel #2 - Guarabira. Disponível em: <http://memoriasdocordel.blogspot.com/2013/02/cidades-do-cordel-2-guarabira.html>. Acesso em: dia Mês Ano.

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